Nota de Pesar
10 de agosto de 2020
Neste 08 de agosto de 2020, faleceu o bispo Pedro Maria Casaldáglia Plá, nos deixando um legado de luta pela igualdade social e pela Reforma Agrária
no país. Durante a sua trajetória de vida fundou o Conselho Indigenista Missionário (CIMI) e a Comissão Pastoral da Terra (CPT), organismos que atuam
até hoje na defesa de povos indígenas, comunidades tradicionais (camponeses pobres) e trabalhadores do campo.
No princípio de seus trabalhos como bispo, desde a Carta Pastoral elaborada em 1971, fez da denúncia à escravidão no campo a primeira frente de batalha
contra a exploração do homem e o latifundismo oligárquico, que também assassinava no período de Ditadura Militar, os lavradores e ativistas.
Por todo seu histórico combate a essas injustiças sociais ardentes ainda no campo brasileiro, entoamos juntos com todo o povo do campo e da floresta:
Pedro Maria Casaldáglia: Presente, hoje e sempre!
Em homenagem, reproduzimos seu poema:
"Chamar-me-ão de subversivo
Eu responderei incisivo:
O sou. Pelo meu povo que luta,
Pelo meu povo que trilha apressado
Caminhos de sofrimento.
Eu tenho fé de guerrilheiro
E amor de revolução.
E entre Evangelho e canção
Penso, e digo o que sei.
Se escandalizo, primeiro
Eu me abrasei de Paixão
Na cruz do meu Senhor!”
Dom Pedro Casaldáglia
(1928-2020)
Nota de Pesar
05 de fevereiro de 2020
É com muita tristeza que informamos o falecimento de Teodor Shanin no dia 4 de fevereiro de 2020 em Moscou.
Shanin nasceu na Polônia em 1930, graduou-se na Universidade Hebraica de Jerusalém e na Universidade de Birmingham, e ensinou nas Universidades de Sheffield e Manchester na Inglaterra.
Ele foi presidente da Escola de Moscou para Ciências Econômicas e Sociais (MVSESEN), criada com a sua participação em 1995, após o colapso da União Soviética, desempenhando um importante papel na academia russa nas últimas décadas.
Shanin é reconhecido como um dos precursores dos Estudos Camponeses, um campo do conhecimento que reúne sociologia, economia, geografia e história, além de outras disciplinas acadêmicas no esforço de compreensão do campesinato na sociedade contemporânea.
A sua obra valorizou os trabalhos de Alexander Chayanov, estudioso do campesinato russo do início do século XX, e influenciou profundamente os Estudos Agrários no Brasil e no mundo, marcando fortemente os trabalhos desenvolvidos pelo conjunto de professores e pesquisadores vinculados ao Laboratório de Geografia Agrária da Universidade de São Paulo.
Shanin esteve no Brasil algumas vezes, tendo participado do III SINGA, importante evento da Geografia Agrária, realizado em Londrina em 2007.
O seu legado continua fecundo e atual. Ele nos fará falta.
Marta Inez Medeiros Marques
Profa. do Programa de Pós-Graduação em Geografia Humana
Coordenadora do Laboratório de Geografia Agrária
Shanin em visita a assentamento do MST no Pontal do Paranapanema
por ocasião de sua passagem pelo Brasil em 2007.
Auditório fica lotado na USP para ouvir lideranças camponesas, quilombolas e indígenas
26 de setembro de 2019
'Discutir alimentação é muito mais do que perguntar se moléculas químicas são seguras ou não'
01 de agosto de 2019
Agrotóxicos proibidos na Europa são campeões de venda no Brasil
10 de Dezembro de 2018
Declaração de Alckmin sobre pacote do veneno é 'leviana', declara pesquisadora
13 de agosto de 2018
Dilema Venenoso
10 de agosto de 2018
https://brasil.estadao.com.br/blogs/inconsciente-coletivo/dilema-venenoso/
26 mil brasileiros foram intoxicados por agrotóxicos nos últimos dez anos
6 de agosto de 2018
https://apublica.org/2018/08/26-mil-brasileiros-foram-intoxicados-agrotoxicos-ultimos-dez-anos/
Em quinze anos uso de pesticidas no Brasil subiu 135%
29 de Julho de 2018
https://www.dn.pt/lusa/interior/em-quinze-anos-uso-de-pesticidas-no-brasil-subiu-135-9652235.html
Economia brasileira colabora para o consumo de agrotóxicos
25 de Julho de 2018
Brésil. La Géographie du poison.
23 de Juillet de 2018
https://alencontre.org/ameriques/amelat/bresil/bresil-la-geographie-du-poison.html
GEOGRAFIA do Veneno
07 de Julho de 2018
http://www.hojeemdia.com.br/opinião/colunas/frei-betto-1.334186/geografia-do-veneno-1.637635
CARTA FINAL DO SINGA 2017
Entre os dias 01 e 05 de novembro, nós, pesquisadoras e pesquisadores, militantes, povos e comunidades
tradicionais, povos indígenas, participantes de projetos de extensão e cultura, estudantes de todos os
estados do Brasil e de vários países da América Latina conseguimos nos reunir na cidade de Curitiba para
construir o VIII Simpósio Internacional de Geografia Agrária e o IX Simpósio Nacional de Geografia Agrária.
Não foi fácil! Diante do desmonte sistemático da educação pública, gratuita e de qualidade tem tentado se
reduzir cada vez mais o campo da pesquisa em todas as áreas e, em especial, naquelas mais
compromissadas com a denúncia dessa realidade atravessada por múltiplas desigualdades e violências,
como é o caso da proposta do SINGA desde seu início. Com isso, a possibilidade de participação de muitas
e muitos foi impossibilitada.
Vivemos tempos de grandes perdas de direitos e de violência institucionalizada, que não só atacam quem
está dentro da Universidade, mas também quem está fora dela. O SINGA mostrou com clareza e cuidadosa
contundência como nos mais diferentes locais do Brasil e do restante de América Latina os conflitos por terra
e território, mas também por identidades de gênero, étnicas, etc. se multiplicam sem que haja uma ação
decidida para evitá-los, resolvê-los ou, no mínimo, mitigá-los. Pelo contrário, os retrocessos vêm sendo
anunciados e executados dia após dia nas diversas esferas de poder, tanto no campo quanto na cidade. Um
período de evidente suspensão da democracia por parte de grupos políticos parasitários, como a Bancada
Ruralista, representantes da exploração em diversos âmbitos – como através do agrohidronegócio e da
mineração - vem sendo marcado pela supressão de direitos conquistados durante décadas, pela violação da
natureza e, consequentemente, pela mercantilização da vida com uma rapidez e uma ferocidade inusitadas.
Não nos calamos frente a essa situação que privilegia o medo como instrumento chave do controle social,
seja este medo manifestado na violência banalizada, no abismo social do desemprego ou na precariedade
da vida em todas suas dimensões. Também não nos contentamos com o sufocamento imposto dia após dia
através dos meios e das redes hegemônicas de comunicação, muito menos com a melancolia como ordem e
sentimento naturalizado ou com a perda de horizontes políticos. Não temos dúvida de que este movimento
representa uma lógica opressora, que quer calar os saberes produzidos criticamente nas universidades junto
aos movimentos sociais e comunidades e apagar o reconhecimento da riqueza das diferenças. Querem
nublar a nossa visão ao defenderem um modelo em colapso, mas que mesmo assim não perde a sua força,
ou nos fazerem crer na deliberada hegemonia do medo e da morte, do controle, da exploração e da violência
como únicas possibilidades.
Apesar das sombras como marcas destes tempos e de tanta lama pelo caminho, o SINGA 2017 teve como
proposta a construção de um momento de exaltação das luminosidades e cores em diversos cantos da
América Latina, consistindo-se num espaço de reconhecimento da diversidade e da vitalidade dos sujeitos e
de territórios em luta. Por isso, tendo como lema e orientação uma “geografia das redes desde baixo”, o
SINGA 2017 mostrou que é preciso ir além do dos limites do estado e do capital para abrir portas, viabilizar
alternativas e vislumbrar horizontes de transformação. Neste sentido, apostamos na potência das diversas
redes de articulações, sejam elas em nível de pesquisa ou em nível territorial, junto aos grupos que resistem,
seja nas universidades, seja nas comunidades em seu sentido mais amplo.
Desde este SINGA onde cabem muitos SINGAS, queremos lançar um grito contra e outro a favor: contra
esse sistema que pretende nos acuar nos repetindo que não e possível mudar e que o caminho é único; e a
favor de continuar, desde baixo, semeando a rebeldia e resistência em defesa dos nossos territórios de vida.
Curitiba (PR), 5 de novembro de 2017
SEMINÁRIO PERSPECTIVAS DE NATUREZA
Departamento de Geografia - Universidade de São Paulo
05 de Junho a 08 de junho de 2017
O Seminário Perspectivas de Natureza apresentará novas leituras da relação sociedade-natureza nas
Ciências Humanas, e em especial na Geografia. A ideia é refletir sobre a pertinência desses aportes
teóricos – considerando conceitos, categorias e métodos – para pensar processos relativos à questão
ambiental na contemporaneidade.
A MUNDIALIZAÇÃO DA AGRICULTURA BRASILEIRA
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
"Mundialização é isso mesmo. Foi um conceito caro que rendeu muitos debates. Ele marca em si o espírito
do livro. E com ele, a presença de François Chesnais. Mas, ele também marca a presença de Marilena
Chauí e seu verdadeiro receituário sobre o neoliberalismo. Por isso, ele inicia-se pelo debate entre
globalização e mundialização, sem nenhum juiz dizendo qual era a ordem. Porque a Ordem desapareceu
do mundo no outubro de 2008. Porque preocupar-me com uma coisa que a própria história tinha negado?"
A FRONTEIRA AMAZÔNICA MATO-GROSSENSE: Grilagem, Corrupção e Violência
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
"Este trabalho foi apresentado em 1997 como tese de Livre Docente na Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Hoje, em 2016, foi transformado em publicação de um
livro. Um livro que trata dos processos que iniciaram com a ditadura militar de 1964. É apenas mais um
livro a recontar parte da história do Brasil. Essa história muitas vezes pouco contada. Ele versa sobre a
história que se iniciou lá pelos anos de 1966, quando o governo da ditadura resolveu implantar no país, o
processo de ocupação da Amazônia. Eu ouvia, lia, enfim, reproduzia a história um dia contada pelos jornais
da época. Foi assim, que o livro saiu, vasculhando a impressa escrita, numa época em que valia a penas
vasculhar a imprensa. Hoje, no entanto, isso talvez, não seria possível."
CRÍTICA AO “ESTADO ISOLADO” DE VON THÜMEN:
Contribuição Para os Estudos de Geografia Agrária
Ariovaldo Umbelino de Oliveira
"Este livro foi, em 1979, defendido como minha Tese de Doutorado na Faculdade de Filosofia, Letras e
Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Hoje, ano de 2016, depois de 37 anos é transformado
em livro. Muitas razões para não o publicar antes. Uma delas foi um solene NÃO, que recebi de bucha, e,
na cara quando falei com Armando Correa da Silva sobre sua publicação na coleção que ele coordenava
na Hucitec. O motivo era um só: meu trabalho não era de Geografia, era de Economia.
Assim, foi a primeira experiência de um doutor com tese defendida na USP. Não importa, nem mesmo
gozando posteriormente da amizade de Armando truquei. Não era necessário, nem mesmo depois de nos
anos 80, de ter tido o privilégio de dirigir uma coleção tratei de “enfiar” minha tese naquela editora. Foi
melhor assim, o trabalho ficou inédito, embora muito lido, mas está aí, agora, publicado definitivamente."